Bolo de Cenoura com Café preto.

Bolo de Cenoura com Café preto.

Páginas

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Paella Mista

Para não dizer que não comi Paellas, devo apuntar o seguinte...

O Felipe é o primeiro homem que me convida para jantar e almoçar na sua casa e ele cozinha tudo. Não me deixa fazer nada, nem mesmo cortar os legumes. Toda a minha função social de ajudante de cozinheiro, tão bem aprendida com meu pai, deixa de existir quando estou com o Felipe. Mas ele também é o primeiro homem que cozinha para mim ou comigo, em que a comida fica boa! Isso, de fato, é uma raridade. Volta e meia recebo convites para comer, em que os homens se empenham muito para fazer algo e esse algo não é nada de mais. São coisas simples que qualquer um pode fazer, não tem nenhum sabor espeçifico, e ainda por cima não fica um prato bonito. Com frequencia, de fato, eu tenho que mentir. E, apesar de os garotos sempre afirmarem: "Olha isso é uma receita de família", ou "Eu cresci comendo isso e meu pai (ou minha mãe) me ensinou a fazer. É o meu melhor prato!" Mesmo nessas condições o preparo deles não fica nada especial e no fim, eu tenho mesmo que dizer, sem crer no que estou dizendo: "Nossa, como está maravilhoso! Que estupendo! Nunca seria capaz de fazer isso!" Mentira. Eu seria capaz de fazer, simples assim, sem nenhuma tradição de família, aquilo que parece ter sido passado de geração em geração. Bom, mas fato é, finalmente encontrei um homem que cozinhou para mim e não precisei ter que inventar história.

Havia uma vez dito ao Felipe que precisava fazer uma Paella. E, como na vez anterior que nos vimos ele tinha feito, para mim, Arepas com Recheio de Frango, achei que era uma boa proposta convidá-lo para o meu ensaio de Paella e, por fim, cozinhar para ele. Ele aceitou a proposta, mas foi ele que fez tudo. Como disse mais acima, não me deixou nem cortar a cebola. De fato, a única coisa que eu precisei\consegui fazer, foi colocar mais água do que ele queria, na Paella, para que terminasse de cozinhar o arroz. De acordo com ele, uma das coisas mais importantes. Porque ele pretendia colocar menos água e certamente o arroz ficaria durinho. Com quantidade que coloquei, havia ficado macio o suficiente. Mas como disso, só consegui acertar a água, quando ele saiu da cozinha para ir ao banheiro. Nesse momento, fiz o que sabia que deveria fazer....

Vamos aos procedimentos.

Felipe e eu compramos os frutos do mar em uma loja de Congelados. O ideal seria fazer a Paella com algo fresco, mas não queríamos gastar muito e então optamos por valores acessíveis as nossas necessidades. Fomos a la tienda de congelados "La Sirena", muito comum aqui em Espanha. Lá compramos Sépia, Mejillones, Gambas e Lagostins. Além do caldo de peixe já preparado e das Ervilhas. Não lembro agora as quantidades. Em breve as disponibilizo. Na foto abaixo, aparecem os frutos do mar já descongelados e a Sépia já cortada e frita, no alho e óleo.


Logo, troceamos:
3\4 de tomate.
1 cebola.
2 dentes de alho picados.
100 gramas de frango.

Colocamos para fritar. Depois de certo tempo, quando os tomates estavam murchinhos, as cebolas douradas, acrescentamos as ervilhas, 100g, e logo depois o caldo de peixe. Acrescentamos água e esperamos que fervesse. Quando já estava fervendo colocamos o arroz e ficamos esperando até que começasse a secar. Quando isso aconteceu, colocávamos mais água, afim de não deixar queimar. E, repetimos o procedimento até que o arroz ficou macio. E, foi aí, só nesse momento, que eu virei figura fundamental. Abaixo a mescla fundamental da Paella.


Por fim, mas antes ainda que o arroz ficasse bom, decoramos o prato. Colocamos os Mejillones, as Gambas e os lagostins, de modo que ao secar a água do arroz tivéssemos um prato bonito. Uma das coisas mais importantes para despertar o interesse em comer...



Ao final, esse foi o nosso prato e comemos de repetir! Junto à Paella tomamos vinho branco.

Antes de terminar, alguns detalhes sobre a Paella, é importante salientar. O primeiro, a Paella se faz de qualquer jeito. Não existe nem mistério, nem segredo. Claro que não estou falando aqui de Paellas de chefs de cozinha. Certamente eles tëm suas manias e ingredientes especiais. Mas para um cozinheiro comum, aquele que quer experimentar, não existe dificuldade. Aliás, para quem quiser, existe um cem milhões de vídeos no Youtube com diversos modos de preparo de Paella e o mais interessante, nenhum repete o outro. Cada cozinheiro tem uma regra, um procedimento e uma sequencia de ingredientes para acrescentar. E isso é muito interessante, porque em um vídeo vocë pode ver o tomate e a cebola sendo postos primeiro que todos os outros ingredinetes. E outros vídeos que só os acrescentam depois que o arroz já foi adicionado ao caldo... Ou seja, lá no finalzinho. De um jeito ou de outro, essa é uma forma de dizer que qualquer um pode fazer Paella.

A outra coisa que é um complemento do que foi dito agora é que a Paella de fato é um prato fácil de fazer. Olhando Blogs de cozinha, li o relato de um garoto (agora não lembro dua página) onde dizia que ao sair da casa dos pais e ter iniciado sua vida sozinho o primeiro prato que fez na casa nova foi Paella. Ou seja, era um garoto com a necessidade de cozinhar e não sabia muito bem por onde começar e sabia que não teria ajuda de ninguém. O que fez? Uma Paella, um lugar-comum, que qualquer pessoa daria conta. Ou seja, até ele, um homem solteiro, recém-saído da casa dos pais!

C'est fini!


Revuelto Tradicional

Este post vem em direção daqueles que, como eu, não se enquadram na ideia de nacionalidade ou de indivíduo associado diretamente a uma identidade nacional. Aliás, odeio todos os estereótipos que uma nacionalidade podem construir. Com isso não quero dizer que em tudo sou do contra, ou que em nada tenho a ver com "la chica de Brasil", mas só gostaria de salientar que, para além do que a televisão quer mostrar, as diferenças sobressaem à ideia de uma nação homogênea. Daí que, a ideia deste post é para dizer que a Paella, na Espanha, não é meu prato predileto. Aliás, já comentei que não gosto muito de arroz?

Porem, antes que eu possa ser apedrejada, é importante salientar que eu também não gosto de Feijoada. E, embora, todos estejam a associar esse prato como uma paixão nacional, não sou apaixonada por ele, nem um pouquinho. Aliás, se não pegasse tão mal entre os amigos, eu rechaçaria qualquer convite de feijoada que recebesse. Em realidade, eu não gosto muito de feijão, daquele tipo de feijão tão tradicional do Brasil, que é o feito com agua, sal e outras coisas mais. Estou falando do feijão que deixa caldo, que pode ser misturado com arroz, com farofa, com qualquer coisa e fazer uma argamassa. Eu prefiro só os caroços. Daí que, quando tenho que fazer feijão, prefiro os feijões mais claros, e que podem ser acrescidos em pratos como o Escondidinho. Desse sim, eu gosto!

Mas do que eu gostaría mais aqui na Espanha? Dos ovos. Dos ovos e de tudo feito com eles. As tortilhas, os omeletes e tudo o mais que possa fazer com eles. A seguir tento fazer o que eles chamam de Revueltos. Fiquei inspirada pricinpalmente por esse pacotinho que encontrei no supermercado que disponibilizava o recheio para que se pudesse produzir os revueltos.

Precisamos:
Do pacotinho já pronto.
Uma mescla de salsinha e alho, congelados. Neste dia estava com preguiça de cozinhar.
Ovos. A receita atrás do pacotinho, dia 3.



Quebrei as cascas e bati e coloquei em um recipiente separado.


Com um batedor, fui quebrando as gemas e misturando aos poucos.


A gente bate, até ficar uma mescla.


Calienta dos cucharas de aceite.


E acrescenta o recheio pronto na frigideira.


E vai fritando. A embalagem diz que em cinco minutos estaria tudo pronto. Mas como ficou muito aguado, deixei boa parte da água evaporar.


Acrescentei a mescla dos ovos e fui deixando fritar.


O sucesso dos Revueltos é saber virar-los na panela. Mas eu não sei fazer isso, nem tinha uma escumadeira em casa. Resultado: ficou meio esquisitinho.... Embora, ainda assim, apetitoso!


Comi a metado do prato que preparei, no almoço! Estava cheiroso e delicioso!