Bolo de Cenoura com Café preto.

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sábado, 17 de agosto de 2013

Alguns experimentos em casa...

A partir de hoje, resolvi que colocarei em prática minhas habilidades acadêmicas neste blog. Inspirada no que dizia Walter Benjamin sobre a experiencia acumulada, essa semana percebi, que anos de postagens, acabam por levar, até certo ponto, a alguma produção de conhecimento. 

Agora em agosto, se não me engano, fazem quatro anos da existência do "Cuscus na Panela" e, durante este período, estive empenhada em documentar algumas receitas. De início, o movimento era para manter minha mãe informada sobre minhas ações cotidianas e para trocar experiencias com meu pai, que cozinha melhor do que eu, e ver se aprendia alguma coisa de útil na vida. Daí que, morando em Florianópolis, entrava em contato regularmente com minha família, em Aracaju, e ficávamos todos bem. Eu porque deixava de me sentir ilhada e eles porque tinham notícias a meu respeito. Sem contar que o assunto que norteava nossos debates deixava de ser em torno de temas como "saudades", "distancia", "saudades". Na época essa foi a melhor decisão tomada. Alegremente, a cozinha passou a ser um hobby e um novo tema a partir do qual minha família, nossa família, passou a se relacionar.

Confesso, no entanto, que o tempo passou. Não moro mais em Floripa, e não preciso de um blog de receitas para dar notícias aos meus pais. Hoje, nosso cotidiano é mediado por facebook, whatsapp, twitter, instagram. A diversidade tecnológica acabou tomando conta da vida da gente e, mesmo aqui em Barcelona, estamos sempre presentes uns nas vidas dos outros. E, ainda que muita gente critique a vida virtual, pra nossa família, essa se tornou a principal ferramenta de contato e de trocas. É assim, na rede virtual, que meus pais relaxam sabendo que estou bem. E, a reviravolta tecnológica, acabou ocasionando uma mudança de propósito desta página. Ela se tornou o resultado de um hobby. Se tornou um dos meus passatempos. É a página pessoal que só acesso e posto quando quero. Daí que, embora esparsamente, em quatro anos, ainda a mantenho viva.

Voltando ao debate do incremento das habilidades acadêmicas, devo dizer o seguinte: foi uma ideia que me ocorreu no decorrer da semana. Inventei de fazer um café da manhã espanhol aqui em casa, porque teria um convidado espanhol ilustre me visitando, e acabou que preparei um café da manhã francês. Em outro post, talvez, eu explique o porquê disso :) E aí, eu pensei que assim como existe o café da manhã espanhol (que eu tentei imitar), existe o francês (que acabei preparando por acidente), existe o inglês (pelo qual eu fiquei apaixonada), existe o nordestino (sem o qual o não posso viver), também existe o café da manhã de Floripa (que sempre trato de preparar, toda vez que tenho torradas e geleias em casa). Ou seja, depois de anos me mudando (Aracaju, Florianópolis, Rio de Janeiro, Barcelona) e viajando (perdi as contas de para onde já fui) eu aprendi algumas coisas sobre culinárias locais que poderiam ser aproveitadas. Além do que, é preciso comentar, e salientar, que apesar de, em todas essas localidades, termos o costume de comer depois de levantar, nossos hábitos são diferentes. Do mesmo modo, nossos cafés da manhã! E por incrível que pareça esse blog me ajudou a perceber isso mais do que eu esperava. De certo modo, alguns desses café da manhã estão aqui registrados e, alegremente, é possível retroceder algumas páginas e ver as mudanças culturais incrustadas nas formas de preparar alguns pratos de comida. Nossa, e eu achei isso muito interessante!

Daí, que em alguns dias, darei início ao tema dos "cafés da manhã" e tentarei reproduzir alguns desses pratos aqui em casa, por diversão e, para ver se aprendo mais alguma coisa nessa vida. Além do que tentarei estabelecer relação entre o que já foi feito e o que passarei a fazer. E, então, talvez, eu comece a fazer o que se chama de "passagem" entre a experiencia vivida e a experiencia acumulada, e consiga produzir debates a respeitos de pratos de comida. Talvez... Porque tudo isso pode só parecer pretensão e ser o resultado de uma semana de leituras intensas sobre métodos de pesquisa e análise de dados... :)

Para não deixar esse post sem imagens, o que seria um contrassenso aqui... deixo algumas das capturas de celular que fiz essa semana.


Certa vez, um ex-cunhado fez um belo prato de pasta, para a ceia de natal, que eu achei fenomenal. Conversando ontem com o Felipe sobre esse prato fenomenal, fiquei com vontade de comer alguma coisa parecida. Resultado: Ravioli de Ricota com molho de tomate e azeitonas verdes. No original, o meu ex-cunhado fez com azeitonas pretas e colocou manjericão fresco no lugar da salsa, nada fresca, que eu acabei acrescentando. E, não era feita com Ravioli, mas sim Penne. Apesar das alterações, essa foi uma das melhores coisas que fiz por esses dias.


E esse é o prato que eu chamei de Salada Escondidinho. Não tive habilidade, desta vez, para organizar o prato de salada e o atum, a mussarela de búfala, os tomates cereja, ficaram embaixo da massa. Só podemos ver aí, os pepinos (que me encantam), os fuzzilis coloridinhos e a salsa por cima. A Letícia com sua filha eram minhas convidadas e, apesar da apresentação estar meio comprometida, consideraram o resultado bem saboroso!

Bon Profit!